Como será o mercado consumidor de carne bovina em 2040?

Os pesquisadores do Centro de Inteligência da Carne (CiCarne), da Embrapa, abordaram sobre “Como será o mercado consumidor de carne bovina em 2040?”, no Boletim CiCarne da primeira semana de agosto. Para projetar os próximos vinte anos a cadeia produtiva da carne bovina precisa entender o que o consumidor vai desejar no futuro.

Entre essas questões espera-se a eliminação de discurso anticarne, junto à melhoria da qualidade da carne com menor variação de preços e o crescimento da diferenciação das carnes por marcas de frigoríficos e fazendas serão propulsores do consumo de carne bovina nas próximas décadas. Além disso o aumento da representatividade da carne orgânica e o uso de tecnologia para reabastecimento de carnes via eletrodomésticos inteligentes de forma direta estimularão o refinamento dos mercados de nicho.

O boletim, assinado pelos pesquisadores Guilherme Cunha Malafaia, Henrique Nogueira Biscola e Fernando Teixeira Dias, traça alguns desafios nas próximas duas décadas. O primeiro passa por um consumidor mais atento e exigente. Acredita-se que a pecuária vai fazer investimentos que farão a atividade ser melhor vista pelo consumidor. Isso passa por bem-estar animal, menos emissão de gases do efeito estufa e práticas sustentáveis de produção.

Os avanços nos processos, genética e eficiência alimentar devem elevar o padrão da carne brasileira, tanto no mercado interno como exportação. Esse desafio só será possível com mais fiscalização sanitária, inclusive em estabelecimentos pequenos, com certificação e avanço do uso de genética taurina. Com isso o país poderá se destacar com cortes diferenciados com variações por corte, deposição de gordura, características dos bovinos e formas de abate, principalmente voltadas a exigências religiosas, como o abate Halal e o Kosher.

O quarto ponto passa pela carne orgânica. O nicho por produtos naturais será maior e isso também chega à carne. Por isso em 2040 é grande a tendência de que consumidores tenham à sua disposição, de forma mais expandida, lojas de marca própria dos frigoríficos e fazendas. O consumidor também deve ser mais exigente em variedades de corte. A produção pecuária necessitará, cada vez mais, adequar-se a padrões produtivos para uma melhor remuneração ou, até mesmo, para simplesmente poder comercializar seus animais para abate.

O último ponto passa pelo aumento da demanda por carnes de origem não animal. Estima-se que o número de vegetarianos no Brasil totalize 30 milhões de pessoas. Ainda não há certeza se haverão produtos desse tipo de forma suficiente para atender a todos. Cabe a cadeia da carne melhorar seus processos e trabalhar questões que ainda geram dúvidas como o possível surgimento de doenças na população com o cessar da ingestão de proteínas da carne.

Fonte: Agrolink

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